quarta-feira, 6 de julho de 2011

Urolitíase em Cães

Urolitíase em Cães


Urolitíase, ou litíase urinária, é a formação de cálculos (urolitos) no aparelho urinário (rins, uretra ou bexiga) de um indivíduo. Os urólitos são agregados de material cristalino e matriz, formados quando a urina torna-se supersaturada com substâncias cristalogênicas. Sua composição pode ser decorrente da decomposição de um único tipo mineral ou de distintos minerais que se depositam em camadas ou simplesmente agregam-se à pedra.
Os principais fatores que levam a formação do cálculo renal são os elevados níveis de cálcio, oxalato e ácido úrico, sendo que isso ocorre provavelmente em conseqüência de uma dieta rica nesses elementos. Metabolismo anormal também pode levar a formação de cálculos, bem como a redução de inibidores de urólitos na urina. Outro fator de risco é a baixa ingestão de líquidos, que resulta em urina concentrada.
As litíases urinárias tendem a serem assintomáticas até causarem obstrução, gerando cólica renal ou uretral. São classificados de acordo com:
  • Localização: nefrolitos; renolitos; ureterolitos; urocistolitos; uretrolitos.
  • Formato: lisos; facetados; piramidais; laminados; “mullberry”; “jack-stone”; “stag horn”; ramificados.
  • Composição mineral: fosfato amoníaco magnesiano (estruvite); oxalato de cálcio; fosfato de cálcio; uratos; cistina; etc.
Em cães, as urolitíases representam cerca de 0,4 a 2% das consultas. A idade mais freqüente de surgimento dos cálculos está entre 1 e 6 anos de idade, nos machos, localizando-se principalmente na bexiga e na uretra.
As raças mais freqüentemente acometidas são: Chihuahua, Yorkshire, Caniche, Teckel e, especialmente, Dálmata, sendo esta última predisposta geneticamente a determinados cálculos.
O tipo mais comum de cálculo em cães é o de oxalacetato de cálcio, isolado ou em associação com fosfato, correspondendo a mais de 65 % dos casos.
Os animais acometidos por urolitíases apresentam um ou mais sinais clínicos, como: hematúria, polaciúria, disúria, estrangúria, lambedura freqüente da genitália e pode haver incontinência urinária ocasional.
A cistite é uma das conseqüências clínicas mais comuns da urolitíase, devido à fricção que o cálculo causa na parede do órgão resultando em sangramento e até bloqueio do fluxo urinário.
O diagnóstico é feito com base no historio e sinais clínicos apresentados pelo animal, juntamente com exame físico e de urina (urinálise), quanto às suas características fisico-químicas, exame do sedimento e cultura bacteriana com identificação e antibiograma. A urina deve ser coletada através do procedimento de cistocentese, por algaliação ou esvaziamento manual atraves da compressão da bexiga. Radiografias abdominais contrastadas também podem ser úteis no diagnóstico dessa afecção, bem como a ultra-sonografia. Exames complementares para verificar se a urolitíase foi causada por algum problema metabólico devem ser feitos, como: exames de sangue – hemograma completo, uréia, creatinina, dosagem de proteínas, eletrólitos, dosagem de paratormônio e vitamina D.
O tratamento, em grande parte dos casos, é resolvido apenas com o aumento da ingestão hídrica e modificações necessárias dos hábitos alimentares. Quando o tratamento clínico não for suficiente, ou não for possível, o tratamento cirúrgico é recomendado. Este será analisado para conhecer sua composição, sendo possível daí instituir uma terapia para prevenção do reaparecimento de novos urólitos.

Fonte:
http://www.qualittas.com.br/documentos/Manejo%20de%20Caes%20com%20Urolitiase%20-%20Roberta%20do%20Nascimento%20Ferreira.PDF
http://www.hospvetprincipal.pt/urolitiase.htm

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